Espaço Pais e Educação

MOMENTO DE REFLEXÃO: AOS PAIS E RESPONSÁVEIS

Viver em sociedade implica obedecer a regras e normas. Em vários momentos de nossa vida nos deparamos com isso: as leis vigentes no país, as decisões do chefe, os limites impostos pela família .

Sobre o relacionamento entre pais e filhos, é importante lembrar que a colocação de regras e limites é fator essencial à formação da identidade do indivíduo e ao desenvolvimento emocional. Quando os pais estabelecem regras e cobram o seu cumprimento estão, na verdade, possibilitando à criança adquirir confiança e segurança em relação a si própria e ao mundo.

Sabe-se que a infância é uma fase em que a criança precisa brincar, experimentar e movimentar-se, mas também precisa de regras, limites e horários. Os limites ensinam a criança a respeitar o próximo, os direitos e deveres individuais e coletivos. Quando a criança sabe exatamente o que se espera dela e conhece os limites e as normas a cumprir, tem mais facilidade em corresponder ao que foi estabelecido.

Criança precisa de amor e cuidados, mas precisa aprender a ouvir um "NÃO", que é uma das condições para a formação de uma personalidade saudável. Desse modo, não permita que ela faça ou tenha tudo que deseja, pois quando crescer o mundo não lhe dará ou permitirá ter tudo que deseja. Saiba quando e como dizer um NÃO, pois mais tarde, na adolescência e na fase adulta, seu filho (a) saberá dizer um não ao proibido (por lei ou pela moral).


            Não organize aquilo que ela deixa jogado: livros, brinquedos, roupas,... Crie o hábito de fazê-la guardar todos os seus pertences ou ter outras pequenas responsabilidades em casa desde cedo: cuidar do cachorrinho, organizar uma gaveta, lavar o copo que utiliza, ajudar a limpar a casa, etc. Valorize o que ela consegue fazer sozinha e caso não tenha feito algo correto, ensine-a, mas não diga: Você só faz coisa errada, não sabe fazer nada direito!

Quando precisar chamar sua atenção, seja firme, explique onde está o erro cometido e o que espera dela, mas não a agrida com palavras ou fisicamente. Não grite nem a corrija com raiva, pois ela vai aprender isso com você. Espere o momento certo para conversar com ela. O diálogo na família educa para o respeito e cooperação.

          Caso decida impor alguma SANÇÃO, explique o motivo do "castigo" e mantenha a sua decisão mesmo que ocorra alguma tentativa para fugir dele (pirraças, choros, palavras meigas, carinhas de anjo, falsas promessas). Dê "castigos" quando o ato mereça e não porque está cansado, com raiva ou teve um dia difícil no trabalho. Diminuir passeios, tirar algo da rotina da criança, geralmente aquilo que mais gosta, são algumas das punições possíveis. O importante é manter a sua decisão e não ceder aos apelos ou chantagens da criança. Deu o castigo, mantenha-o até o fim.

Dê-lhe uma educação religiosa, que ensine a LEI DO AMOR, que não pregue a intolerância, mas a união das pessoas, independente de suas crenças. Ensine as palavras mágicas: obrigada, por favor, com licença, desculpe-me.

Estabeleça um horário para que a criança cumpra as obrigações escolares ou dedique-se aos estudos. Arrume um tempinho para sentar-se ao seu lado e ouvi-la dizer o que aprendeu na escola. Ela vai começar a dar valor aos estudos desde pequena.

Não faça tudo por ela, pois aprenderá a ser uma eterna dependente dos outros. Incentive-a fazer algo sozinha, a buscar soluções para algum probleminha, permanecendo ao seu lado no início para lhe dar segurança. Respeite suas limitações e dificuldades.

Não ache graça e nem incentive brigas com outras crianças. A criança pode demonstrar na Escola o que aprendeu em casa: falar mal do outro, xingar, bater, contar mentiras, falar palavrões, a não cumprir com suas obrigações, a não respeitar pessoas e regras. Aliás, a conduta que a criança apresenta em sala pode revelar muito da família que tem. Ela tende a repetir o que vê ou presencia.

Quando seu filho entrar em conflito com colegas ou funcionários da escola, não o defenda sem antes examinar bem os fatos e ver quem está com a razão. Pode ser que ele não cumpriu as regras e para fugir das responsabilidades e punições atribui culpa ao outro. Defendê-lo e acobertar seus erros pode fazê-lo pensar que pode tudo, que é imortal, o mundo é dele e que os outros devem servi-lo e satisfazer suas vontades, inclusive você, custe o que custar.

Muitas vezes, pode-se interpretar o comportamento inadequado da criança na escola como um pedido de socorro para que alguém dê atenção e amor a ela, o que possivelmente pode estar faltando em sua casa. Outras vezes, o comportamento indesejável da criança pode estar relacionado a um problema vivido pela própria família e por não saber como resolvê-lo começa a apresentar determinadas condutas na Escola, como: brigas, provocações ou outros casos de desobediência às regras . Pode apresentar ainda choro excessivo, timidez, dificuldade de aprendizagem. Por isso, lembre-se: o professor é um parceiro na educação de seu filho e não seu inimigo. Venha conversar com ele.

Finalmente, os filhos precisam da presença dos pais ainda que sofram com a falta de tempo. Você é o responsável pela educação de seu filho e não pode transferir para outras pessoas esse papel. A escola tem de se ocupar de outras tarefas como a formação de habilidades e competências necessárias a atuação do sujeito na sociedade e no mundo do trabalho. Portanto, decida: ou dê maior atenção à educação de seu filho e se prepara para um futuro de muito orgulho e alegria por ter cumprido a sua responsabilidade; ou corre o risco de ter uma vida futura cheia de angústias, decepções e lágrimas.

(autor desconhecido)